Após décadas de críticas sobre falta de representatividade indígena na mais alta corte nacional, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, nomeou Michelle O’Bonsawin para integrar o Supremo Tribunal.
Michelle O’Bonsawin é membro da tribo Abenaki, integra a comunidade da Primeira Nação de Odanak – reserva indígena localizada em Quebec – é juíza do Tribunal Superior de Justiça de Ottawa desde 2017 e professora de Direito na universidade da cidade.Além disso, ela também é ser especializada em diversas áreas, como saúde mental e direitos humanos.
Portanto, já podemos entender que a nomeação da juíza indígena não é algo meramente simbólico. Michelle integra o time de juízes com um currículo admirável.
Em nota, O’Bonsawin afirmou que “Como uma mulher indígena que cresceu no norte de Ontário, percebi a necessidade de pessoas dedicadas a impostarem sua voz para representar aqueles que não podem falar por si mesmos”.O ministro da Justiça, David Lametti, demonstrou seu apoio no Twitter, “um momento histórico para a (Suprema Corte do Canadá) e para todo o Canadá”.A Suprema Corte do Canadá é composta por nove juízes, entre eles, um chefe de justiça. Um conselho consultivo apartidário recomenda candidatos desde 2016.Mas, os juízes são nomeados pelo governo, que devem ter sido juízes de um tribunal superior ou integrar, há pelo menos 10 anos, a Ordem dos Advogados de uma província ou território.
Povos indígenas
O Canadá revive, nos últimos anos, um período difícil da sua história com as comunidades originárias. A decisão ocorre no momento em que o Canadá procura abordar a representação de povos indígenas em suas prisões, onde os adultos indígenas representam 5% da população geral do país, da qual 30% se encontra encarcerada federalmente.
Esse é um grande passo para a inclusão e socialização dos indígenas canadenses, que com toda certeza, ficará marcado na história do país.