No Brasil, o Dia da Consciência Negra é comemorado no dia 20 de novembro, mas, aqui no Canadá, a luta contra o racismo é um pouco diferente. As celebrações dos atos e a luta por respeito e igualdade por parte dos negros recebe o nome de Black History Month, e acontece todos os anos durante o mês de fevereiro.
A seguir, confira como é abordada a diferenciação étnica no Código de Direitos Humanos e veja como foi a experiência de uma turista negra que foi para Montreal!
Como o racismo é tratado no Canadá
A população canadense tem grande diversificação étnica, sendo que somente em Toronto 8,8% são de negros. As províncias e regiões metropolitanas onde há maior número de afro-canadenses são:
Para garantir os direitos e deveres dessa fatia, que deve celebrar com orgulho o dia da Consciência Negra, o Canadá dispõe de algumas legislações. O Human Right Code de Ontário, por exemplo, determina que nenhuma pessoa deve ser tratada de maneira diferente por questões raciais.
Esse Código reforça que a igualdade deve ser respeitada em qualquer tipo de ambiente, como escolas, centros comerciais, mercado de trabalho, hospitais, hotéis, entre outros. Além disso, as leis e sistemas canadenses contra esse tipo de ato envolvem qualquer ação, como piadas raciais, calúnias, crimes motivados por ódio ou qualquer comentário que venha a colocar o negro como uma raça inferior.
Relato de uma turista negra
Paula Augot é uma baiana apaixonada por viajar. Em seu blog, No Mundo de Paula, ela traz um relato sobre como foi a sua experiência como turista negra em Montreal. Segundo ela, o tratamento na imigração foi o de sempre, como as mesmas perguntas e firmeza dos oficiais.
No dia seguinte, quando foi conhecer a cidade, precisou andar muito até encontrar uma pessoa negra pelas ruas, sendo que ela esperava ser mais comum por ser uma das maiores cidades do país (perde apenas para Toronto).
Entre o seu tempo na cidade, Paula pegou um Uber em que o motorista era nigeriano e não falava francês. Durante o trajeto, ela perguntou a ele como era ser negro e morar no Canadá, e a resposta foi bem animadora. Segundo o condutor, ele nunca passou por discriminações ou olhares tortos, mesmo não falando a língua do país.
A polêmica com o primeiro-ministro Justin Trudeau
Em setembro deste ano de 2019, veio à tona um caso polêmico envolvendo o primeiro-ministro Justin Trudeau. A revista americana Time, expôs uma foto de 2001 onde Justin estava com o rosto pintado de preto e fantasiado de Aladim, em uma festa a fantasia em Vancouver.
O acontecimento desencadeou diversas tensões políticas, principalmente de partidos de direita que alegaram a quebra de valores canadenses, sendo que Trudeau foi até mesmo pressionado a não participar das eleições, possibilidade essa que foi totalmente descartada pelo primeiro-ministro. No entanto, Justin reconheceu publicamente o ato que ele mesmo considerou racista e disse lamentar muito pelo ocorrido.
Como você pode perceber, no Canadá o tema é tratado com seriedade, assim como deveria ocorrer em todos os países. Quem tem interesse em conhecer o país sob este aspecto, pode aproveitar o mês de fevereiro para participar de feiras e eventos que honram o legado e a luta, do passado e do presente, dos negros por espaço e respeito.
Existem diversas maneiras de fazer um intercâmbio para o Canadá e a melhor opção depende bastante dos objetivos do estudante. Quer saber mais? Confira o nosso post com os 6 principais tipos de intercâmbio!
Imagem: Canada.ca